O ano está apenas começando e porque não, abandonar velhos hábitos. Vida nova, é sempre uma boa oportunidade de começar novas histórias ou até um novo recomeço.
(c) - Foto: Crédito Liza Summer
A moda também é assim! A cada coleção uma nova ideia, um novo conceito, um novo corte, uma nova modelagem, uma reciclagem, ou seja, uma nova maneira de viver e se vestir. É hora de ressignificar! Qual é a identidade do seu estilo? A moda também é inclusão social, ou seja, ela é consciente. Quando eu penso em moda consciente me vem à mente os brechós, as reformas e ajustes de roupas e até a renovação de um novo estilo de ser e se vestir.
Como abrir o armário e doar aquelas peças que não fazem mais parte da sua história e nem será da nova que você está escrevendo. Se existe uma coisa que eu amo na vida, é que podemos mudar em tudo. Mudar o seu modo de ver o mundo, as pessoas e a moda. Enfim, mudar aquilo que nos deixa velho por dentro, sem utilidade para a vida.
Quando eu conheci o Slow Fashion eu vibrei com o termo, que diz: moda lenta. Mais na prática ela é muito ativa, construtiva e rápida. A moda também trabalha a nossa consciência interior em nos mostrar o que também pode ser fútil ou descartável.
SLOW FASHION
O que é slow fashion, é necessário entender o que é consumo consciente.
O conceito de slow fashion significa, ao pé da letra, “moda devagar”. O movimento propõe uma mudança no estilo de vida, comer melhor, mais saudável, e devagar. Como por exemplo; apreciar a comida de fato, bem como todo o seu processo.
Degustar da experiência. Assim também é essa tendência da moda que veio para ficar. Muito diferente daquilo que conhecemos da indústria responsável pela produção em massa de roupas, sapatos e acessórios com pouca durabilidade. Este conceito me faz valorizar muito as oficinas de roupas que embora o mundo fashion ainda não classifique este ofício como um laboratório de criação de moda, ele para mim sempre será.
Passei alguns anos vivendo e trabalhando com minha mãe em uma loja que abrirmos juntas o Ateliê Símbolo que aos meus olhos era meio mágico. Imagine você ter o dom e o talento de transformar uma calça em saia, um vestido godê em um vestido tubinho (justo). Para mim esta é a fórmula de se fazer moda.
(c) - Foto: Recicle Fashion - Crédito Rodnae
Recriar uma peça, numa peça que já foi criada com outra modelagem, outro corte. E quando eu penso em recomeçar uma nova vida, escrever uma nova história. Eu penso em abrir o armário e doar para outras pessoas a oportunidade de elas criarem o seu novo estilo. Isso é moda consciente, de inclusão social e ao mesmo tempo sustentável.
Moda Sustentável e Ecológica
Significa criar roupas e acessórios que não prejudicam o meio ambiente, e que não exista possibilidades nem fatores envolvidos na cadeia de produção. Aqui existe a preocupação social e ecológica visando equilíbrio sustentável.
Uma maneira de fazer parte deste movimento é ler nas etiquetas as informações sobre a fabricação da peça. O ideal é que ela seja do sistema B, certificado que reconhece organizações comprometidas com o meio ambiente.
(c) - Foto: Etiqueta sustentável Crédito Ron Lach
Outra coisa que às vezes fechamos os olhos e não percebemos, que a indústria da moda é uma cadeia produtiva que emprega milhões de pessoas. Não compre roupas, se você tem certeza de que ela é de mão de obra escrava.
Radar Fashion
Dados do aplicativo Moda Livre, desenvolvido pela ONG Repórter Brasil, apontam que mais de 35 marcas de moda já foram envolvidas com trabalho escravo no Brasil e que mais de 400 costureiros e costureiras foram encontrados em condições análogas à escravidão no Brasil desde 2010.
Viver e fazer parte do mundo fashion também tem suas responsabilidades. Ter estilo, ser chique e elegante requer também o bom senso em certas decisões. Atualmente a moda também está sendo inclusiva em vários conceitos e tendências que contribuem em novos estilos. Existe liberdade para se reciclar uma peça usada ou até doar para quem você quiser.
(c) - Foto: Recicle Fashion Crédito Rodnae
Eu vejo em cada início de um novo ano, uma grande oportunidade de mudar, sem esperar que as revistas nos editorais de moda mostre o que está dentro ou fora de moda. A moda também tem o poder de nos libertar de padrões. Podemos ser e usar o que queremos, e até criar um estilo único personalizado com identidade própria, ou seja, ser você.
Somos únicos no universo, e o universo da moda também pode ser única quando um conceito, uma criação, uma tendência se conectam profundamente com aquilo que queremos ser. Viver no seu melhor estilo é também saber doar-se em vida.
Por Lana Oliveira,
Em tempo: "Feliz ano novo para todos nossos internautas e leitores do site Panorama Regional. Já estava com saudades dos belos e ricos textos da amiga Lana Oliveira. E ela nos brinda novamente com um texto maravilhoso e cheio de informações.
Um texto que me trouxe o passado de volta, lembrei-me de minha infância e adolescência. Lembrei-me muito de minha mãe, uma mulher guerreira, lutadora, simples, mas com uma dignidade muito forte. Ela nos criou sozinha a partir dos meus noves anos de idade, minhas irmãs tinham 6 e 3 respectivamente na época.
Com o coração ainda triste pela sua perda, ocorrida recentemente, no final de 2021 aos 82 anos, mais uma vítima do Alzheimer; ela era costureira e eu usei muita roupa usada, doação de parentes e amigos em minha infância e adolescência e, muitas vezes ela tinha que adequar estas doações ao nosso tamanho.
E estas roupas tiveram em mim uma nova história, uma nova conotação, que hoje chamamos de reciclagem. E não me envergonho de ter usado muitas vezes roupas usadas, pois me sentia bem e, elas ajudaram num momento de minha vida que foi muito difícil.
Agradeço a você Lana pelo seu texto, que trouxe para mim recordações do meu passado. Um passado que tenho muito orgulho, que me moldou o que sou hoje, uma pessoa com muita dignidade, lutadora e, principalmente que ainda ama e acredita muito no ser humano. Até a próxima semana, abraços a todos". (Claudinei Prado)
Quem é Eliana Oliveira: é escritora, pesquisadora dos misteriosos rituais ocultos africanos, Editora do Jornal O Primeiro Angola - Brasil, consultora de marketing, produtora e colunista de Moda, palestrante, empresária e coach de desenvolvimento pessoal com base na ciência espiritual. É também a autora da obra Ojúran um grande sucesso dentro da literatura africana mundial.
Postado pelo jornalista Claudinei Prado – MTPS 23.455SP e IFJ 674 BR
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