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terça-feira, 25 de junho de 2019

Polo do conhecimento, Parque da Ciência recebe por ano 50 mil pessoas

Polo do conhecimento, Parque da Ciência recebe 50 mil
pessoas ao ano. Foto: José Fernando Ogura/ANPr
Uma maquete gigante do Paraná, com 6.000 metros quadrados de área, um Pi com 165 casas depois do 3,14, um planetário com 15 mil sessões no currículo e 43 bustos de grandes personalidades da ciência compõem a grande ágora do Paraná. Paulo Leminski, o escritor que dobrou as palavras para explicar as humanidades, também tem assento nessa praça do conhecimento que une o exato às imperfeições do cotidiano.

Esse é o palco do Parque da Ciência Newton Freire Maia, em Pinhais, administrado pela Secretaria da Educação e do Esporte. Por ano, cerca de 50 mil pessoas visitam o espaço, que é o lugar do Estado dedicado a apresentar a alunos e professores das redes pública e privada, além da comunidade em geral, os resultados práticos de toda a teoria escrita nas apostilas. As visitas, gratuitas, são guiadas e precisam ser agendadas com antecedência.

São cinco pavilhões com grandes temas do conhecimento: ciência, cidades, energia, água e terra. O fio condutor da visita é a ideia de aplicabilidade dos conceitos de física, matemática, química, biologia e geografia dentro de um panorama maior de história. Ou seja, entender como o ser humano saiu das pinturas rupestres para a construção de prédios de quase um quilômetro de altura; ou como é possível tocar música sem tocar um instrumento, levantar o próprio peso ou um microssistema lacrado sobreviver abastecendo-se apenas de luz.

O Parque da Ciência, segundo seu coordenador, o professor e matemático Anísio Lasievicz, funciona como espaço multidisciplinar para explicar que o conhecimento não é afeto a caixinhas separadas, mas deve ser entendido como ímã que capta o que há de mais relevante na evolução da Terra. “Queremos tornar concreto os fenômenos que vemos na teoria. Em segundo lugar, mostrar as aplicações disso e sobretudo qual o contexto de todas as coisas que foram construídas”, argumenta.

LABIRINTOS - O percurso de cortinas e o labirinto no pavilhão cidades ajudam a explicar a construção do conhecimento e suas aplicações na sociedade. A cada dez passos as persianas apresentam filmes diferentes com novas perspectivas sobre as sociedades, de Chaplin a Valêncio Xavier, de “Um Lugar Chamado Notting Hill” ao filme francês “Meu Tio”, sobre o contraste de uma mansão excessivamente organizada com a simplicidade do dia a dia. O labirinto é a metáfora dessa confusão das cidades, do medo do desconhecido.

A matemática também é explorada de maneira mais simples, longe das fórmulas. Ela é parte de tudo o que foi construído ao longo do tempo e aparece simbolicamente com os números do Pi que percorrem o pavilhão. A matemática do Parque é a possibilidade de erguer casas, monumentos e cidades, mas também de levar uma sonda a Marte da maneira correta – são necessárias, por exemplo, 1.200 casas de Pi depois do 3 para realizar um cálculo final correto.

Os números também são a base da geração de bens e valores, o mercado propriamente dito, o banco, a carteira no bolso. Daí a experiência de proporcionar aos alunos a simulação de uma reunião do G7 – o grupo de países da elite econômica. A brincadeira de telefone sem fio leva jovens a discutirem como diplomatas desses países os rumos do mundo. Por que exportamos tanto? Por que somos líderes em produção agrícola e não em tecnologia? Por que a comunicação é tão fundamental nos dias de hoje?

Foto: José Fernando Ogura/ANPr
PARANÁ - O Paraná aparece em três momentos. Há uma grande ágora curitibana, onde repousa num banco da Rua XV a estátua de Paulo Leminski e a reprodução da coluna de João Turim, um dos líderes do movimento paranista (a tentativa de integrar alemães, poloneses, japoneses, italianos e demais imigrantes pelos traços). A ágora, inspirada nas antigas praças gregas, palco dos debates filosóficos, foi criada como espaço de convivência e aula, exemplo de civilidade. O poeta ali é a possibilidade também da ciência ter algumas curvas.

Curitiba, pouco atrás, aparece mapeada com pequenos pedaços de madeira. Os prédios, gigantes no Centro, se apequenam conforme aparecem as beiradas, os bairros. A foto da cidade tem uma escala 1:2500 e foi tirada com uma técnica chamada aerofotogrametria, que especifica toda a construção dos planejamentos históricos da cidade. O passeio em cima dessa capital que parece de mentira permite entender os eixos metropolitanos, a distribuição dos parques e as áreas que concentram riqueza e pobreza.

MAQUETE - Outra grande atração é a maquete do Paraná do lado de fora dos pavilhões. A entrada é pela “Ponte da Amizade”, em Foz do Iguaçu, na região Oeste, porque ela respeita exatamente a posição cardeal do Estado. O mapa de nível traz os principais rios, rodovias, os três planaltos (divisão geográfica do Estado), além da Serra do Mar e do Litoral, em direção a Leste. Os 399 municípios são identificados com bolas brancas e os conglomerados urbanos são apontados como manchas neste espaço. Ali os estudantes podem visualizar a dimensão geográfica do Paraná.

PLANETÁRIO – O planetário do Parque é pioneiro na divulgação da visão de céu que os indígenas tinham, num trabalho que contrapõe o eurocentrismo da ciência. Ele já foi visitado por 500 mil pessoas nos últimos 17 anos e é uma dos projetos tecnológicos mais ambiciosos desse espaço, capaz de projetar céus do passado e do futuro com zoom e identificar as constelações da astronomia e da cultura grega. As aulas nesse globo duram cerca de 30 minutos.

Além das projeções, o Parque também abre a possibilidade de visualizar os planetas e satélites a olho nu e com telescópios. No último Dia dos Namorados, por exemplo, o local abriu as portas para o público observar planetas visíveis, a Lua e outros objetos interessantes em telescópios. As microaulas ensinam a identificar as principais constelações da estação e outras curiosidades sobre o céu.

NOVA EXPOSIÇÃO – Além desse circuito de conhecimento, o Parque se prepara para uma nova exposição com outra maquete do Paraná com as principais rodovias e relevos, capaz de atender pesquisadores e alunos, e uma coleção de pedras. A Secretaria da Educação e Esporte recebeu todo o material do Instituto de Terras, Cartografia e Geologia do Paraná (ITCG) que estava no museu da Mineropar. São 900 rochas, cristais e pedras preciosas que contam boa parta da história do Paraná e do mundo. Todo esse material está sendo triado, catalogado e será exibido em uma área nova de mais de mil metros quadrados a partir do segundo semestre.

VISITAS – As excursões duram de 2h30 a 3h, podendo variar de acordo com a modalidade de visita escolhida pela escola. Os alunos conhecem de perto experimentos de áreas como cosmologia, paleontologia, geografia e história. O limite de agendamento é de 80 alunos por escola e pode ser realizado através dos telefones (41) 3666-6156 e (41) 3675-0121, de segunda a sexta, em horário comercial.

SERVIÇO – O Parque fica na Estrada da Graciosa, 7400, em Pinhais. Mais informações estão disponíveis no site do Parque da Ciência www.parquedaciencia.pr.gov.br ou no www.facebook.com/parquedaciencia.

Fonte: AEN-PR - Agência Estadual de Notícias

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