Por France Presse
O presidente americano, Donald Trump, percorre o país neste final de semana para tentar salvar a maioria republicana no Congresso nas eleições de meio de mandato de terça-feira (6), contra um Barack Obama que saiu para mobilizar os democratas.
A primeira disputa eleitoral desde que o bilionário chegou à Casa Branca definirá qual partido tomará o controle de ambas as câmaras do Congresso - ou se as dividirão - até a próxima eleição presidencial, em novembro de 2020, para a qual o presidente não esconde sua intenção de se candidatar.
Há exatamente oito anos, Obama se preparava para sofrer uma maré republicana em suas primeiras eleições de meio de mandato: tratou-se de uma "revolução" levada à frente pelo movimento conservador Tea Party, no auge da impopularidade do presidente democrata.
Este ano, o ex-presidente é a figura mais procurada pelos candidatos democratas, cumprindo com um papel outrora desempenhado por Bill Clinton.
"Estou aqui por uma simples razão: pedir que vocês votem", declarou Barack Obama na sexta-feira à noite em Atlanta, Geórgia, no ato de apoio à mulher que pode se tornar a primeira governadora negra eleita nesse estado, Stacey Abrams.
"As consequências da abstenção são profundas, já que os Estados Unidos se encontram em uma encruzilhada", assinalou. "Os valores do nosso país estão em jogo".
Embora não tenha dito o nome de Donald Trump, denunciou um discurso que "tenta gerar medo".
Economia e imigração
De maneira análoga, os candidatos republicanos buscam ativamente o apoio de Donald Trump, personalidade mais popular do partido e que gera as maiores concentrações.
Há semanas, o presidente está praticamente todos os dias em campanha, esperando convencer aqueles que votaram nele em 2016 de retornar às urnas para manter o controle republicano na Câmara de Representantes e no Senado.
Em outra ruptura com seus antecessores, Trump assume explicitamente que as eleições de meio de mandato são um referendo sobre a sua pessoa.
Depois de dois comícios na sexta-feira, Trump deve ir em outros quatro neste fim de semana: Montana, Flórida, Geórgia e Tennessee.
Acusado pelos democratas de normalizar o discurso da extrema direita e de ter servido como catalisador para o ataque mortal em uma sinagoga em Pittsburgh, o bilionário baseia sua campanha em dois temas centrais: a boa saúde da economia americana e a luta contra a imigração ilegal, que relaciona com a insegurança.
"Um Congresso republicano significa mais empregos e menos criminalidade", repetiu na sexta à noite em Indianápolis.
"Uma onda azul (democrata) equivale a uma onda criminosa, é muito simples", insistiu. "E uma onda vermelha é igual a empregos e segurança".
Mais participação
Surpresa com o resultado da presidencial de 2016, a mídia americana se mostra mais cautelosa e evita quaisquer previsões definitivas sobre as pesquisas, que dão uma vantagem nacional aos democratas na Câmara baixa do Congresso.
Para os 435 assentos na Câmara de Representantes, que serão renovados por dois anos, a luta se concentra em 60 circunscrições, pois o resto está firmemente ancorado em um ou outro lado.
No Senado, 35 das 100 cadeiras estão em jogo, para mandatos de seis anos. Devido ao calendário, esses 35 estados estão em zonas tradicionalmente conservadoras, o que dificulta uma reconquista democrata.
Os americanos também votarão em governadores de 36 estados.
Focadas na figura de Trump, que não deixa ninguém indiferente, essas eleições parecem se beneficiar de um entusiasmo sem precedentes para uma tarefa que normalmente conta com 40% a 45% do eleitorado, contra 60% nas presidenciais.
Mais de 32 milhões de eleitores já votaram, segundo Michael McDonald, professor da Universidade da Flórida especializado no voto antecipada, seja pelo correio ou pessoalmente, permitido na maioria dos estados.
Isso já representa 20% a mais do que o conjunto de votos previstos nas eleições de meio de mandato de 2014, segundo o especialista, o que indica um entusiasmo semelhante ao mostrado nas presidenciais.
Fonte: Portal G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário